sexta-feira, 4 de março de 2011

Darren Aronofsky


Em certos momentos, uma vez ou outra em um século ou mais, aparece um nome... um indivíduo... alguém que se sobressai em algum campo. Na matemática, Pitágoras; em vários ramos, mas principalmente na pintura e engenharia, Da Vinci; na literatura, Shakespearre; na física, Einstein; na música, Mozart; até nos esportes temos exemplos, como Senna; no cinema, após assistir alguns filmes dele, chego à conclusão que Darren Aronofsky se enquadra como excepcional, juntando-se aos gênios da 7ª arte.

Com apenas 5 filmes em seu curriculum oficial, surpreendeu já em seu primeiro trabalho, o filme Pi (1998). Valendo-se do que ele mesmo chamou de Hip Hop Montage (uma técnica de edição em que as cenas são muito rápidas, com cortes sucessivos, expressando ações como, por exemplo, o uso de drogas), ele equiparou-se nesse primeiro trabalho a nomes como Alfred Hitchcock, liberando a imaginação da platéia.

Em seu segundo trabalho, Réquiem para um Sonho (2000), ele consegue algo que eu imaginava impossível: criar uma história e contá-la de uma forma mais densa e pesada do que foi Eu, Christiane F., Drogada e Prostituída. Com a mesma motivação desta, Réquiem para um Sonho devia, como disse minha namorada que assistiu comigo, ser mostrado a alunos do ensino médio, junto com Christiane F. Em suma, um excelente filme, mas só para aqueles com estômago para vê-lo.

A terceira obra da carreira de Aronofsky, Fonte da Vida (2006), na minha humilde opinião, só merece um adjetivo: bela! É um filme que faz chorar, faz pensar, mas principalmente, faz reavaliar a própria vida. Além disso, é uma das melhores fotografias que eu já tive a oportunidade de ver.

Em O Lutador (2008), o diretor reconhece e confirma o talento de um grande talento de Hollywood: Mickey Rourke interpreta muito bem um wrestler em vias de se aposentar (para quem achava que ele só servia de capanga para vilões). Aronofsky acaba revelando ser capaz de fazer aflorar no ator nuances de embates psicológicos que contagiam a audiência: ceder à autopreservação ou seguir na sina de uma vida?

Recentemente, Aronofsky emocionou o mundo mais uma vez. Em Cisne Negro (2010), o diretor arrasta para fora dos palcos a história do ballet O Lago dos Cisnes, mas reestruturando o conto de uma história de amor para uma fábula sobre a obsessão pela perfeição. Rendeu a Natalie Portman o Oscar de melhor atriz na última premiação do Oscar (como eu havia previsto aqui no FFMR).

Atualmente, o diretor está participando de projetos como The Wolverine (em pré-produção, com lançamento previsto para 2012), e foi anunciado como diretor de Machine Man, igualmente previsto para o ano que vem. Só nos resta esperar para vermos o que ele nos apresentará nesses dois títulos que fogem da linha tradicionalmente seguida pelo cineasta. Mas como diria o amigo Maurício Saldanha, do blog Cinema com Rapadura: In Aronofsky, whe trust!

Um comentário:

Gabi.Betty disse...

O mais interessante sobre esse filme é que foi feito com baixíssimo orçamento. O auditório, que imaginamos ser do Metropolitan, na verdade pertence a uma universidade, que emprestou seus alunos para participarem da produção e pós-produção. Vale a pena assistir aos extras para conferir essa "burlada" que o diretor deu para ter um filme de altíssima qualidade com um custo relativamente baixo.