quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nosso Lar


Não sou católico. Nem protestante. Muito menos agnóstico ou ateu. Não gosto de rotular religiões, e não gosto de ser rotulado pelas minhas crenças. Respeito quem crê em algo maior, e isso inclui os Espíritas. É sobre eles e suas doutrinas que fala este filme.

Baseada na obra homônima psicografada por Chico Xavier em 1944 e dirigida por Wagner de Assis, esta produção nacional tem no elenco Renato Prieto (Bezerra de Menezes: O Diário de um Espírito, Sinhá Moça), Fernando Alves Pinto (Anahy de las Misiones, O Signo da Cidade), Werner Schünemann (Neto perde Sua Alma, Olga) e Rodrigo dos Santos (A Cidade dos Homens, Última Parada 174).

Como disse, não sou Espírita. Mas conheço várias pessoas que o são, e todas têm a mesma opinião: o filme transmite bem as idéias e conceitos do Espiritismo aos leigos. Os conceitos abordados são realmente interessantes, e a história é contada de uma maneira não-linear, o que pode dar a ilusória impressão de cansaço. Aproximadamente no terceiro quarto do filme você quer que acabe logo, mas quando finalmente acaba, você percebe que poderia ter sido uns 15 minutos mais longo.

Mais por um estigma do que por incompetência na direção, os atores trabalham, no geral, igual às novelas das quais participaram. Diálogos irreais tomam conta, com frases feitas e termos que jamais usaríamos no cotidiano, numa forma quase pedante. É a minha eterna crítica às produções nacionais, salvo raras (e honrosas) exceções. Destaque para uma veterana, Chica Xavier, que apesar de coadjuvante, é a que participa do momento mais emotivo do filme.

Na minha opinião, os pontos fortes do filme são a fotografia e os efeitos especiais. Locações deslumbrantes, cenários monumentais e paisagens primaveris encantam tanto quanto as cenas de época muito bem retratadas e o sombrios e tenebroso Umbral.

Mesmo aos que não seguem a doutrina espírita, o filme faz pensar. Seria muito bom gastar bem o tempo entre uma encarnação e outra, como propõe a obra, especialmente num lugar onde se aprende o que a vida não pode ensinar. Recomendadíssimo aos seguidores do Espiritismo, e também aos curiosos sobre o assunto.

2 comentários:

Cassiano Dal Pizzol disse...

Talvez as frases soem "pedantes" por terem sido escritas a um bom tempo (o livro é de 44).

E cá entre nós, te dou os parabéns por ter visto o filme. Eu não consegui...

GabiFerri24 disse...

Adorei o filme... Pessoalmente, e como Espírita, posso dizer que ficou BASTANTE condizente com o livro - como você mesmo disse, é baseado na obra homônima.
Pra quem se interessar um pouco mais, pode acessar o site www.nossolarofilme.com.br, onde vai encontrar diversos detalhes sobre a produção, além de um diário do diretor.
Não acredito que seja recomendado apenas aos seguidores da doutrina, ou aos curiosos. É recomendado a quem quer curtir um programa em família sem ser aqueles filmes "tenebrosos" de violência, tiroteio ou com apelação erótica como a maior parte das produções americanas da atualidade.