quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pulp Fiction - Tempos de Violência

Salve cinéfilos!

Mais uma vez trago prá vocês um ótimo review feito pela Gabi Ferri (@gabiferri24), dessa vez com uma obra clássica do cinema americano.


Pulp Fiction – ambição e ousadia em 154 minutos

Sei que em um post recente prometi um post sobre Quentin Tarantino, um dos mais badalados diretores dos últimos anos. Mas não tem como falar desse cara sem antes falar de uma de suas obras primas: Pulp Fiction.

O ano era 1994, e os cinéfilos de plantão tiveram uma prévia do que seriam os trabalhos posteriores de Tarantino. Com Pulp Fiction: Tempo de Violência, o espectador conhece três histórias diferentes, que acabam interligadas entre si – juntando astros como Uma Thurman, Bruce Willis, John Travolta, Samuel L. Jackson e a si mesmo, Tarantino garantiu o sucesso de seu roteiro com uma história recheada com tramas de gangsters. Ambicioso e provocante, o filme não só mostra a violência, mas também a trivialidade que ela se torna para Vincent Vega (Travolta) e Jules Winnfield (Jackson), dois assassinos que navegam pelo submundo de Los Angeles em confrontos corajosos, diálogos rápidos e um humor tão negro quanto perverso.

Ironicamente, Winnfield e Vega passam boa parte do tempo discutindo temas triviais como massagens, sexo, sanduíches e – pasmem os que ainda não assistiram – a Bíblia! Um verdadeiro show sobre a cultura do século XX em apenas dois personagens. O nome do filme, inclusive, faz uma referência óbvia e direta às Pulp Magazines (também chamadas por Pulp Fiction), revistas baratas com histórias de detetives que circularam a partir de 1896 nos EUA.

A narrativa desfragmentada também é um plus, já que mostra pura e simplesmente a realidade despedaçada vivida por Tarantino – aliás, o universo dele é totalmente despedaçado – aliando, ao mesmo tempo, a cultura pop à temida Indústria Cultural de Massas. Com um brilhantismo sem precedentes, Quentin também incorpora e submerge na lógica do capitalismo pós-moderno, deixando bem claro que muito da violência assistida pelo espectador decorre justamente da busca irrefreada pelo poder.

A cena em que John Travolta e Uma Thurman dançam o célebre Twist Contest em um bar retro é inegavelmente a mais esperada do filme – os olhares de ambos e seus trejeitos nos fazem realmente participar do filme. A sequência, aliás, foi escrita por Tarantino especialmente para Travolta neste que talvez tenha sido o melhor filme de sua carreira (vale lembrar que foi indicado ao Oscar pelo personagem Vincent Vega).

Eu poderia falar muito ainda das interpretações magistrais de Samuel L. Jackson e de Uma Thurman, mas além de prolongar demais esse post, correria o risco de escrever um enorme spoiler do filme. Talvez até chegasse a descreve-lo inteiro! Mas, como de praxe, não poderia encerrar sem escrever um pouco sobre a trilha sonora: Pulp Fiction: Tempo de Violência talvez não fosse a obra-prima que é se não fosse constituído de uma trilha sonora bem escolhida e cuidadosamente inserida. Canções como "Girl, You'll be a Woman Soon", "Dark Night", "Jungle Boogie", "Comanche", "Flowers on the Wall", "Stay Together", "Surf Rider", "Lonesome Town", "Son of a Preacher Man", entre muitas outras, transcenderam a função de mero complemento cinematográfico, dando vida e movimento a cada cena, a cada diálogo.

O caráter único e irrepetível tiram o fôlego do espectador de Pulp Fiction ao final do filme. E é justamente essa sensação que nos deixa cada vez mais viciados em cinema!

Um comentário:

Cassiano Dal Pizzol disse...

Alguns comentários...

1- Se alguém não viu este filme não merece o título de "cinéfilo". Seja para falar mal ou gostar dele este filme é um "Devo ver"

2- John Travolta voltou dos mortos com este filme. Se ele tem de novo uma carreira deve tudo ao Tarantino.

3- A trilha sonora deste filme é algo tão memorável que antes de ver o filme eu já tinha a dita cuja na minha coleção.

e se você não viu o filme... bem, eu tenho uma passagem da bíblia para falar para você Ezekiel 25:17