segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Stanley Kubrick – o verdadeiro iluminado

Mais uma contribuiçãod a Gabi Ferri... dessa vez sobre "o cara" quando se fala em filmes cult...

"Poucos cineastas impressionam tanto com o conjunto da obra quanto Stanley Kubrick. Antes dele, cito apenas Alfred Hitchcock. Após, talvez consigamos citar Steven Spielberg, embora os gêneros sejam diversos. Kubrick, na realidade, é o grande adaptador de obras literárias como Lolita(Lolita – 1962), Laranja Mecânica (A Clockwork Orange – 1971) e Nascido para Matar (Full Metal Jacket – 1987), que fizeram sucesso não só nas livrarias como também nas telonas do mundo todo.

Fissurado por cenas que se desenrolam dentro de banheiros (em cada um dos filmes de sua carreira, ao menos uma cena acontece dentro deste ambiente), Kubrick também impressiona pela confusão proposital que causa aos espectadores. Um grande exemplo são os erros de continuidade que causou em Laranja Mecânica: em determinada cena, os pratos em cima da mesa mudam de posição, e o nível de vinho dentro das garrafas muda várias vezes. Desorienta, com certeza, mas esta é a marca registrada de Kubrick.

O que dá prazer em assistir a um filme deste grande diretor não é apenas a riqueza do roteiro, mas também a retratação de personagens que, pouco a pouco, sofrem uma desintegração psicológica que beira a loucura, ou os faz tornarem-se totalmente insanos. Leonard Lawrence, o 'Gomer Pyle', protagonista do grandioso Nascido para Matar, é um dos personagens mais marcantes: totalmente deslocado no ambiente militar por ser gordo e desajeitado, constantemente provocando a ira de seu comandante – e consequentemente fazer seus colegas 'pagarem o pato' – o recruta sofre diversos gêneros de violência e assédio moral que se possa imaginar. Lawrence passa, com a humilhação, de soldado medíocre a máquina de guerra. No final da primeira parte do filme, Pyle senta-se no banheiro do alojamento, aponta o fuzil para o próprio queixo e atira, dando fim ao ciclo de violência contra si e, indiretamente, à personalidade psicopata recém despertada em si.

Mas as obras de Kubrick certamente não teriam o mesmo brilho se não fossem interpretadas por atores de calibre como Kirk Douglas (sim, o pai de Michael Douglas, em Spartacus – 1960), Vincent D’Onofrio (o Gomer Pyle, de Nascido Para Matar – 1987), Malcolm McDowell (Alex, de Laranja Mecânica – 1971), e Jack Nicholson (John “Jack” Torrance, de O Iluminado – 1980). Além de atores estelares, as trilhas sonoras são garantidas por Richard Strauss, Johan Strauss e Bethoven.

Controverso, irritante, devastador: assim era Kubrick como cineasta. Um homem por quem seu público nutre adoração; um diretor que provocou o ódio dos autores dos livros que adaptou para o cinema e também dos atores com quem trabalhou.

Mas o que me desnorteia e arrepia, com certeza, é o fato de que o idealizador do projeto de 2001 – Uma Odisseia no Espaço (1968) morreu aos 70 anos, exatamente 666 dias antes de 2001, de um ataque cardíaco, enquanto dormia – coincidência, acaso, destino? Lamentavelmente, o insone e perfeccionista diretor deixou apenas um projeto pendente: o filme sobre Napoleão Bonaparte, sobre o qual trabalhou por 30 anos – e que apenas podemos imaginar como seria o resultado final sob a regência deste maestro do cinema".

Filmografia:


Um comentário:

Anônimo disse...

Cara, esse ae foi o q fez laranja mecanica intaum *---------------* muuuuuuuuuuuuito phoda "The real horror show"