sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A Noviça Rebelde em Blu-Ray, por Rubens Ewald Filho

Contribuição da Gabi Ferri (@gabiferri24), por Rubens Ewald Filho:


Pessoal!!! Saindo um pouco das nossas criações sobre o mundo cinematográfico, indico esse texto do Rubens Ewald Filho, maior crítico de cinema do país. Boa leitura!

A Noviça Rebelde em Blu-ray
A pergunta que não quer calar é: será que vale a pena investir nesta versão do filme A Noviça Rebelde (The Sound of Music), já que, obviamente, qualquer fã do filme deve ter ao menos uma ou duas versões em casa? E a resposta é sim! Mas levem em conta que eu ganhei a edição de presente, do querido amigo Ricardinho Domeneghetti, que é apaixonado pelo filme (ele me mantém informado sobre qualquer novidade a respeito).

Traz o Blu-ray e o DVD na mesma edição (está em moda atualmente, talvez como forma de convencer o consumidor a investir no aparelho de Blu-ray, o que está custando a acontecer). São três discos com extras diferentes, mas o importante é que tanto o áudio quanto a imagem foram restaurados. O som original era em seis canais, mas agora foi transformado em 7.1! Dois featurettes bem interessantes demonstram como foi feita esta restauração que tem tecnologia de ponta. O filme nunca esteve tão nítido, tão bonito, com cores tão perfeitas (dá para se distinguir detalhes dos verdes das árvores, por exemplo).

Não tem sentido entrar no mérito do filme em si, já que ele é dos mais famosos e estudados de todos os tempos. Mas continuo a registrar a ausência de um featurette para mim muito importante: ninguém menciona a presença de Eleanor Parker, que faz a rival condessa! A ilustre atriz, que além de ter sido uma das mais belas do cinema, foi indicada ao Oscar três vezes e ainda está viva (nasceu em 1922). Dizem que ela não quer aparecer e prefere que o público se lembre dela como foi e não como está agora, mas isso não nos impede de mostrar quem foi Eleanor para as novas gerações! É no mínimo uma injustiça.

De qualquer forma, eu passei cerca de quatro horas tentando assistir à maior parte dos extras e acho que não consegui passar por todos, só os do Blu-ray que me pareceram inéditos. Gostei muito de alguns nostálgicos, como a entrevista que Julie Andrews fez na TV, em 1973, com a verdadeira e já falecida Maria Von Trapp. Outra raridade: trecho do show que Julie fez com a amiga Carol Burnett, satirizando a noviça antes mesmo de ela ter feito o filme (do primeiro dos vários shows que elas fizeram no Carnegie Hall, ainda em preto e branco).
Reaproveitaram também um longo especial da Fox, narrado por Robert Culp sobre os testes para o filme, que inclui Mia Farrow e, pela única vez, Christopher Plummer cantando com sua própria voz, porque no filme é dublado por Bill Lee!

Mais estranho ainda é ver Marni Nixon, a mais famosa dubladora de vozes para o cinema, interpretando para a câmera várias das canções, ao que parece, para ajudar na dublagem para o estrangeiro (nem eles explicam direito). Marni também aparece no presente e no filme, onde ela faz uma das freiras.

Alguns extras são já conhecidos: a apresentação do filme feita por Julie na edição dos 40 anos, galeria de story boards, fotos de cena, fotos de publicidade (os chamados stills). A maior novidade é que fazem como nos filmes de Harry Potter e reconstroem a sala principal da família, convidando o espectador a viajar por ela (o que nem sempre é fácil).

Mas vamos descobrindo surpresas, primeiro no chamado Musical Stages: 1. Maria no Século 21, mostrando como o filme é ainda popular, citado em Moulin Rouge e Family Guy; 2. Something Good, contando como essa canção foi composta especialmente para o filme; 3. The Lonely Goathering, a canção austríaca como era feita no palco e no filme, o chamado Yodel; 4. os detalhes do número Do Re Mi; 5. Outra canção composta para o filme, I Have Confidence in Me, antes interpretada em Demo por Marni Nixon; 6. Detalhes de My Favorite Things, para eles a mais popular canção dos compositores Rodgers & Hammerstein; 7. Detalhes de 16 Going on 17 e seu apelo erótico!; 8. Detalhes de So Long, Farewell; 9. Conversa com a Família Von Trapp, atualmente com o nome de A Generous Heart; 10. Histórias da Broadway, com depoimento de Theodore Bikel, criador do Barão na peça, Brian Davies, que fez o namoradinho nazista, além de foto da montagem brasileira de 2008!; 11. Restaurando um clássico (um sobre o som e outro sobre a imagem); 12. Rodgers e Hammerstein, a parceria no auge (lembrando que Edellweiss foi composto por Hammerstein, já em seu leito de morte, e que Stephen Sondheim era seu afilhado); 13. Depois da Fuga (novamente a família contando sua saga).

Chama-se a City of Song a parte em que se faz uma visita turística guiada e interativa, com informações escritas da cidade de Salzburg (naturalmente, eu como bom fã do filme já fiz esse tour pessoalmente e não me decepcionei, a cidade é linda, e de bônus ainda ficamos conhecendo a casa onde viveu Mozart, isso em loco, não aqui!)

Assim navegamos pela ponte Mozartsteg, a Vila Von Trapp, que chamam de Lugar de Harmonia, o Cemitério de São Pedro, que foi reconstituído em estúdio, o Lago Leopoldo Skron, a Abadia de onde saiu Maria, a Rock Riding School, o teatro onde ocorre o Festival de música. Há também programas antigos e outras coisas que você terá que descobrir por si mesmo.

Só quis conferir se valia a pena e acabei descobrindo algumas novidades e me divertindo bastante. Não tive tempo de rever o filme todo com o esplêndido som e imagem, mas com certeza vou reunir os amigos para essa festa.


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